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Tecnologia na era das cerâmicas

Já se encontram no mercado, facas e tesouras de cerâmica dos mais antigos materiais fabricados pelo homem, mas comumente associado a artefatos banais como vasos, potes e louças.

Essas facas são uma pequena amostra do que podem as cerâmicas: são leves, inoxidáveis, resistentes e jamais perdem o fio. Tecnicamente, uma cerâmica, é um aglomerado de microcristais, entremeados de óxidos metálicos e dos sais carbetos e nitretos. Não há exagero em afirmar que isso representa um salto tecnológico de extraordinário alcance.

Depois da Idade da Pedra, do Bronze, do Ferro e, já no mundo contemporâneo, dos Plásticos, o homem mergulha na criação de novos materiais que prometem revolucionar desde os objetos mais comuns do cotidiano até os sofisticados equipamentos usados nas indústrias de alta precisão: são quase tão duros quanto o diamante, mais resistentes que o aço, mais leves que o alumínio e tão práticos quanto a madeira. As cerâmicas: podem ainda ser supercondutoras, transportando eletricidade sem perdas. Quando o homem descobriu como utilizar os metais, teve à sua disposição um material de notáveis qualidades, pois são resistentes, bons condutores de calor e eletricidade e ainda facilmente usináveis, ou seja, podem ser moldados, trabalhados e lixados.

No entanto, quase todos os metais são extremamente pesados e pouco resistentes à corrosão. Como os óxidos metálicos fazem parte da composição das cerâmicas, é impossível que se oxidem ainda mais (seja por combustão ou outra reação química. Na verdade, uma cerâmica já foi “queimada”, “oxidada”, ou “corrida” de tal forma que não pode mais sofrer outras degradações. É, portanto, extremamente estável. Se é grande a resistência química das cerâmicas, não fica para trás a força da atração física entre seus átomos — o que lhes confere um alto ponto de fusão, rigidez e dureza, ou seja, só se derretem a altíssimas temperaturas, não cedem e são difíceis de riscar. No entanto, é tão forte essa atração molecular que, quando uma cerâmica é golpeada, ela pode rachar e se partir.

Os pesquisadores descobriram que minúsculos poros e impurezas aumentam a fragilidade do material. Usando métodos refinados na preparação da massa e fornos de alta precisão, foi possível conseguir uma cerâmica menos frágil. Quando, por exemplo, uma faca de metal parece riscar um prato de porcelana ao cortar um bife, na verdade é ela que perde o fio, deixando um rastro de pó de metal. Portanto, não foi o prato que se riscou. Isso se explica pelo fato de ser a porcelana mais dura que o metal. Uma tesoura de cerâmica é capaz de cortar uma tela metálica sem ficar marcada, e um relógio de cerâmica terá o aspecto de novo durante a vida toda. Apenas ferramentas de diamante são capazes de aparar peças de cerâmica.

O impacto do emprego desses novos materiais de mil e uma utilidades nas sociedades industriais não pode ser subestimado. O homem moderno vive imerso num mundo de objetos manufaturados, todos eles produtos da tecnologia de transformação de matérias-primas existentes na natureza. O consumo dessas matérias-primas nos países desenvolvidos alcança números formidáveis. A argila — matéria-prima das cerâmicas — existe em vastas quantidades no mundo inteiro. Os novos materiais, assim, serão de quem dominar a tecnologia de sua produção.

Vejamos alguns exemplos aonde a cerâmica vem sendo utilizada: facas, tesouras, motores de automóvel e caminhão, cabeçote de pistão, entre outros.

Fonte: Super Interessante

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